O conflito, o confronto e o conforto.

Implantando o Cristianismo.

O conflito – o confronto – e o conforto.

João 8.36 = Se, pois o filho vos libertar verdadeiramente sereis livres!

Cristo deixara a Galileia no capítulo 7 e fora para Jerusalém em 7.10. Era a festa dos Tabernáculos (tabernaculum: cabanas/tendas):
Porém aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido os produtos da terra, celebrareis a festa do Senhor por sete dias; ao primeiro dia, e também ao oitavo, haverá descanso solene. No primeiro dia tomareis para vós outros fruto de árvores formosas, ramos de palmeira, ramos de árvores frondosas, e salgueiros de ribeiras; e, por sete dias, vos alegrareis perante o Senhor, vosso Deus. Celebrareis esta como festa ao Senhor por sete dias cada ano; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações; no mês sétimo a celebrareis. Sete dias habitareis em tendas de ramos; todos os naturais em Israel habitarão em tendas; para que saibam que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egito: “Eu sou o Senhor vosso Deus”. Lv 23.39-43.
            Podia-se sentir cheiro de alimento sendo cozido por toda a cidade. A festa dos Tabernáculos era uma festa agrícola como a de Pentecostes.
Cristo passara a noite no monte das Oliveiras em oração. Era um hábito de Jesus. Nos dias de hoje Cristo gastaria cerca de 10 minutos para percorrer esta distância. O Mestre descia da oração e foi ao templo dar aulas sobre o Cristianismo que Ele implantava, como em 7.14 e todo o seu ministério.
Amanhecia na cidade de Jerusalém mais uma vez. A cidade possuía cerca de 25 mil habitantes, mas se encontrava cheia de incursionistas para a festa das cabanas. Era madrugada ainda quando Cristo regressara ao templo. Entre 5 e 6 horas.
Cristo se assenta e se prepara para a aula. Conflito, confronto e conforto eram o que Ele tinha pela frente.
Escribas e fariseus, religiosos de plantão, já se achavam no templo. Era o início do conflito. Desafeto é o que propunham ao Mestre confrontando-o em seus ensinos. Lançam logo o desafio citando indevidamente a lei, ou as escrituras:
Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério e na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; V. 4 e 5.

Vejam as escrituras sem o adultério da letra:

Se um homem adulterar com a mulher do seu próximo, será morto o adúltero e a adúltera. Lv 20.10.

Só se questiona a verdade com a mentira, ou, no máximo com meia verdade. Advirto: Cuidado ao questionar verdades ensinadas teológica/biblicamente! O Mestre ensina:

                   E conhecereis a verdade e ela vos libertará! 8.32.

Tu, pois, que dizes? Queriam conflitar ao Mestre confrontando-o.
Mas, o Mestre não nasceu ontem Ele é a sabedoria em pessoa. O mestre existe desde sempre:

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. Jo 1. 1-3.

Ele é o Deus Forte e Pai da Eternidade profetizado por Isaías, 9.6.
O Mestre falava e escrevia três idiomas: Hebraico, Aramaico e o Grego. Aos sete anos aos meninos era ensinado o Hebraico. Aos 12 iam ao Templo para o provão da Torá. O texto sagrado afirma que Ele “inclinando-se escrevia na terra com o dedo”. O piso do Templo era de terra, era o Templo de Herodes – assim conhecido porque fora ele quem o construiu.  Não é informado o que Ele escrevia nem em qual língua.

Seriam os 10 mandamentos? Se sim era Hebraico.
Os pecados desencadeados naquela atitude dos religiosos? Se sim seria no Grego.
Seu novo mandamento? Se sim seria nas três línguas.
Repetia Mateus 7.1? Se sim possivelmente em Hebraico e Aramaico.
                    Seria uma nova história para esta mulher?

Nada sabemos sobre o que Ele escrevera naquela hora e acho que nunca saberemos, afinal, que importa? Não é mesmo?

Os religiosos membros das duas milícias/facções/partidos mais conhecidas – fariseus e escribas – promoviam o confronto tentando conflitar a Cristo.
Se o ensino do Cristianismo proposto por Cristo estava correto logo ele desmerecia a lei – e como então Ele dissera que veio cumprir a lei e os profetas?

Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogar, vim cumprir. Mt 5.17.

Se a lei estava certa, porque então um novo mandamento/ensino? Conflito proposto agora era só aguardar a manifestação do Mestre.

Como insistiram na pergunta o Mestre solta esta pérola do Cristianismo que caiu sobre eles como uma bomba de hidrogênio:

Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra, v. 7b.

Cristo solta esta bomba sobre eles e volta a escrever na terra. O silêncio que se segue é mortal. Não se ouve nenhum som. Estão todos mudos e boquiabertos. Somente a consciência deles falava. Os conflitadores foram conflitados. Na verdade foram confrontados consigo mesmos. E agora? O que deviam fazer? Os mais velhos deram o exemplo. Seguiu-se o barulho de pedras caindo, sendo largadas ao chão? É bem possível que sim, afinal queriam culpar a Cristo por um fracasso, queriam na verdade mata-lo mesmo. Um a um foram deixando o local a começar pelos mais velhos – são eles que ditam os passos.
Vejam a cena: o Mestre assentado e uma mulher em trapos jogada a seus pés, pois nesta hora a mulher deveria se encontrar ao chão em posição fetal, de segurança, para se proteger das pedradas que seriam arremessadas sobre ela caso fosse julgada e condenada por Cristo.
Cristo levanta a cabeça, e, com um sorriso zombeteiro para com os religiosos – Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles, Sl 2.4 – afinal assim age Deus com aqueles que o rejeitam – misturado a amor pela vítima do plano maligno e diz:
 - Onde estão teus acusadores? Ninguém te condenou? O Cristo nesta hora promove o conflito nesta alma já angustiada.  Que quer ele dizer com esta pergunta? Pode ter pensado esta mulher sofredora.
A mulher, pobre mulher, sem mover nada mais além dos lábios, com voz chorosa responde:
- Ninguém Senhor!  
Nesta hora a mulher está confrontada consigo mesma, afinal, o que virá a seguir?
Palavras regadas de amor do Cristo do cristianismo soam aos seus ouvidos:
- Nem eu tampouco te condeno! É nesta hora que o Mestre aplica o consolo tão necessário e cristão. Entretanto a proíbe de pecar novamente: Vai e não peques mais!
Cristo desfere um golpe mortal no pecado dos fariseus e escribas, mas não os condena. Faz o mesmo com esta mulher, mas não só não a condena como a perdoa quando diz: Vai e não peques mais!
Que lições e aplicações podemos absorver do texto ora apresentado? Senão vejamos:


    1)    Devemos orar sempre; Orai sem cessar, 1ª Ts 5.17;
  2) Devemos sempre estar no templo, afinal, sozinho eu não sou Igreja, mas em comunidade apenas; Hb 10.25: Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.
   3)   Não podemos usar a bíblia para justificar nossas atitudes anticristãs – nem total nem parcialmente; Mt 22.29: Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.
   4) Lidaremos sempre com pessoas ávidas em acusar ou nos por à prova; Mt 7.1: Não julgueis, para que não sejais julgados.
   5)   Cristo está sempre disposto a nos ouvir, afinal ele ouvia até aqueles que queriam sua morte ou inimigos; Jr 33.3: Clama a mim...
  6) Ele tem sempre uma palavra de sabedoria para cada um de nós; Jo 15.7: Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.
   7) Ele tem sempre o perdão para nós; Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça, 1ª Jo 1.9.

Conclusão.
Lembre-se: Cristo implanta o cristianismo através de cada um de nós, então vamos promover a libertação que está em Cristo pregando o seu Evangelho – Se, pois o filho vos libertar verdadeiramente sereis livres!


Sermão pregado na PIBI em 21/02/16


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